Ambulatório de Diabetes Gestacional do Cedeba orienta sobre cuidados na prevenção da Covid-19
As transformações anatômicas, fisiológicas e emocionais que a gestante enfrenta se somam, agora, aos cuidados especiais nesta pandemia. Quando a gestante é diabética, os cuidados precisam ser redobrados diante do maior risco de complicações. Por isso, no ambulatório de Diabetes Gestacional do Centro de Diabetes de Endocrinologia da Bahia (Cedeba), além de orientações sobre o controle da glicemia, orientação nutricional, as grávidas também recebem reforço de orientação sobre cuidados para a prevenção da Covid-19, como explica a endocrinologista Andreza Cristina Oliveira Berlink.
Segundo a especialista, em qualquer tipo de diabetes, o controle da glicemia é muito importante. No caso da gestante, se houver um bom controle glicêmico, o risco de complicações é menor no caso de Covid-19, bem como em qualquer infecção. No Ambulatório de Diabetes Gestacional do Cedeba, além de gestantes que já tinham o diagnóstico de diabetes antes da gravidez, há os casos de diabetes gestacional. Depois do parto, a paciente pode livrar-se da doença, mas pode voltar com o avanço da idade. O diabetes gestacional, segundo Andreza Cristina Oliveira Berlink, é fator de risco para diabetes tipo 2, aumentando em dez vezes a chance de permanecer diabética. Em dez anos, esse percentual é de 20%; passando para 30% em 20 anos; 40% em 30 anos e 50% em 40 anos. Assim, uma gestante de 20 anos de idade com diabetes gestacional, aos 60 anos de idade terá 50% de possibilidade de ter diabetes.
De acordo com a especialista, o diabetes gestacional é mais frequente nos últimos meses da gestação. Foi que aconteceu com Itamare de Jesus Rocha, residente no Arenoso, em Salvador. Aos sete meses de gravidez, foi diagnosticada com diabetes gestacional, sendo encaminhada para o Cedeba pelo Ambulatório da Maternidade Tsyla Balbino, onde faz o pré-natal. Ela veio para a primeira consulta no Cedeba com a endocrinologista e, também, com a nutricionista. Além do diabetes, Itamare está com hipertensão. Tudo diferente da primeira gravidez, há quatro anos. “Quando o diabetes se manifesta antes da vigésima semana de gestação, indica que a paciente tinha diabetes antes de engravidar . O acompanhamento é feito com glicemia de jejum. Mas, se a gestação já passou de 20 semanas, é realizado o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) para confirmar o diagnóstico”, explica a endocrinologista.
Além dos cuidados específicos do diabetes gestacional, o ambulatório orienta sobre a necessidade do uso da máscara, para a gestante evitar sair de casa, se não houver grande necessidade, a evitar aglomerações e manter a higiene das mãos com lavagens frequentes e uso do álcool em gel.
As pacientes com diabetes dizem seguir as orientações que recebem no Ambulatório de Diabetes Gestacional do Cedeba. Com 34 anos de idade, Tatiana Cerqueira, moradora de Periperi, no subúrbio ferroviário, na segunda gravidez – o primeiro filho, Tiago, está com 11 anos – só sai para ir às consultas médicas. Por isso, achou muito importante a determinação publicada esta semana para as gestantes trabalharem apenas de forma remota. “Mas é muito difícil, porque na gravidez sentimos mais calor, mas temos que usar máscara. E ficar em casa sem poder sair, visitar os amigos e parentes para quem está gravida aumenta a ansiedade”, afirma.
Aos 38 anos, Rosalina Vieira Barbosa, moradora de Maragogipe, também espera o segundo filho. Da primeira gravidez, há 14 anos, nasceu Naila, que a acompanhava na consulta no Cedeba. “É muito difícil a gravidez na pandemia. Já estou imaginando o parto quando não podemos ter acompanhantes, nem receber visitas, como estamos sendo orientadas na maternidade. E com diabetes, ainda é preciso controlar o que comer. Nem pensar em ter desejos, como comer doces, porque quero garantir a saúde do meu bebê”.
Fonte: Portal do Servidor
Foto: Sesab