Com crescimento da covid, Bahia terá 'lockdown' de sexta (26) até segunda (1º)
Com crescimento da covid, Bahia terá 'lockdown' de sexta (26) até segunda (1º)

O prefeito Bruno Reis e o governador Rui Costa anunciaram um 'lockdown' em toda Bahia com fechamentos começando de maneira escalonada a partir das 17h da sexta-feira (26) e se encerrando às 5h da segunda (1º) por conta do crescimento dos casos de covid-19. Nesse período, só poderão funcionar atividades consideras essenciais (veja mais abaixo). Quem descumprir o decreto poderá ser conduzido à delegacia por crime contra a saúde pública. "É o pior momento da pandemia", disse Rui. Os horários de fechamento na sexta são: 17h - Comércios de rua; 18h - Bares e restaurantes; 20h - Shoppings e centros comerciais. Quase um ano depois que o primeiro caso de covid-19 foi confirmado na Bahia, o estado passa por mais um momento difícil na pandemia, com o sistema de saúde muito pressionado, conforme destacaram os dois políticos.

"Apesar de todas as ampliações de leitos que fizemos e continuaremos a fazer, cresce o número de pacientes internados. Então nós, conjuntamente, resolvemos fechar as atividades não essenciais", disse o governador. "Essa diferença de horários é para escalonar o transporte, não sair todo mundo na mesma hora. Resolvemos fracionar. 17h comércio de rua, 18h bares e restaurantes e 20h shoppings. Com isso dilatamos um pouco prazo do primeiro fechamento até o último fechamento", acrescentou. Ele explicou o que é considerado atividade essencial "Toda e qualquer atividade que não esteja relacionada à saúde pública ou alimentação das pessoas. Todas as outras estarão inclusas nesse fechamento. Sábado e domingo todos os horários"; disse. "Isso valerá para todas aglomerações, mesmo em comunicades, eventuais encontros de qualquer natureza não serão permitidos. O objetivo que queremos alcançar é o distanciamento social".

Bruno Reis afirmou que a situação das UPAs preocupa. "Os números das UPAs superam o dobro do pico da chamada primeira onda - nas últimas 24h regulou 66 pacientes e tem 77 aguardando. No auge da primeira onda chegamos a 64 entre regulados e a regular", disse o prefeito de Salvador. Ele contou que ontem houve reunião com gestores da Região Metropolitana de Salvador e também com setores empresariais. "Explicamos a gravidade do problema e eles entenderam", disse. Depois, Rui conversou com prefeitos de outras cidades de regiões que estão muito afetadas pela covid-19, incluindo Feira de Santana. "A situação é muito próxima ao colapso dos leitos de UTI na Bahia, inclusive leitos privados", disse Rui. "Vamos estender a suspensão das cirurgias não essenciais também para os leitos privados. Não faz sentido os hospitais estarem programando cirurgias não essenciais nesse momento. Eles têm que disponibilizar mais leitos. Estamos recebendo muitos pacientes com plano de saúde", acrescentou Rui.

Ele afirmou que detalhes estarão no decreto que será publicado ainda hoje. "Não será permitido funcionamento em nenhum horário de bar e restaurante, exceto por delivery, que estamos esticando até 0h e o dono do restaurante é obrigado depois a levar em serviço próprio a pessoa que trabalha para casa. Não haverá transporte público nesse horário do toque de recolher. Durante o dia, haverá transporte normal", disse. Poderão funcionar padarias, mercados e similares. No período, não será permitida a venda da bebida alcoólica. "Há unanimidade que a bebida é o que provoca aglomerações. Em bares, esquinas e botecos. Será proibida mesmo nos mercados a comercialização de bebida alcoólica", disse.

Outra proibição será a de atividade coletiva de práticas esportivas. "Para evitar aquelas imagens de torneio de futebol de comunicades com muitas pessoas aglomeradas. Precisamos dar um choque de distanciamento, esse é o objetivo, e consiga reduzir a pressão sob o sistema de saúde", disse Rui. Considerado serviço essencial, a vacinação vai funcionar normalmente no final de semana, com drives e postos físicos. A imunização foi retomada hoje em Salvador e outras cidades baianas.

Fonte: Jornal Correio
Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO