Maio Amarelo: entenda o impacto da imprudência no trânsito na saúde pública

O movimento Maio Amarelo acontece durante todo o mês. O objetivo é gerar debates e conscientização na sociedade sobre o elevado número de acidentes de trânsito, além das vítimas fatais e feridos. A data ocorre em decorrência da iniciativa “Década de Ação para Segurança no Trânsito” da ONU, em 11 de maio de 2011. O que tornou o mês uma referência em todo o mundo quanto aos cuidados relacionados ao trânsito. O Maio Amarelo tem como objetivo realizar ações conjuntas envolvendo poder público, sociedade civil organizada e empresas. Além de ONGs, entidades representativas de grupos profissionais e outras. A ideia é que tais ações gerem destaque aos temas que envolvem a segurança viária, visando a mobilização e conscientização da sociedade em prol de um trânsito mais seguro.

De acordo com os dados da CET, Companhia de Engenharia de Tráfego, o número de ocorrências de trânsito com vítimas está em queda desde 2012, no entanto, considerando apenas pedestres e ciclistas, foram mais de 46 mil vítimas em sete anos. Apesar da redução, são mais acidentes com vítimas fatais no local, indicando maior gravidade das ocorrências. Qual o impacto da imprudência no trânsito na saúde pública? Os acidentes de trânsito representam uma questão relacionada à mobilidade e ao planejamento urbano. Contudo, não é só isso. Eles apresentam implicações diretas na saúde pública. De acordo com o relatório sobre custo da violência no trânsito conduzido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), os acidentes foram responsáveis por um custo de R$52,2 bilhões aos cofres públicos no Brasil apenas em 2015. Considerando que os custos são mantidos pelo orçamento público, estima-se que o valor corresponda a um gasto de R$255,69 por brasileiro.

Os recursos poderiam ser investidos em melhoramento da saúde pública, educação e mobilidade por exemplo, mas além da questão financeira, existem outras consequências à área da saúde, como: redução na disponibilidade de leitos, influenciando a capacidade de atendimento de paciente com outras patologias; uso de insumos de saúde, como medicamentos, bolsas de sangue que ficam em falta e geram custos para reposição; elevada taxa de ocupação nas UTIs, o que restringe a capacidade de atendimento de outras ocorrências; sobrecarga das equipes de atendimento, uma vez que mais pacientes podem levar o funcionamento das clínicas e hospitais ao limite. Portanto, o elevado número de acidentes de trânsito consome intensivamente os recursos públicos destinados à saúde, o que limita a capacidade de novos investimentos e cuidados preventivos com a população em geral.

Fonte: Portal do Trânsito

Foto: Arquivo Tecnodata