Número de adultos internados na UTI Covid triplicou em um mês na Bahia, alerta Comitê da Ufba
Número de adultos internados na UTI Covid triplicou em um mês na Bahia, alerta Comitê da Ufba

Não há meio mais efetivo de reduzir o risco de doença grave e óbito pela Covid-19 que não seja a vacinação, incluindo a dose de reforço a cada quatro a cinco meses da última dose, diz a mais recente nota técnica do Comitê de Assessoramento do Coronavírus da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Publicado na última semana, o documento alerta para uma quarta onda da pandemia que atinge a Bahia, provocando aumento de infecções pelo coronavírus e internações em decorrência de complicações da doença.

Segundo os pesquisadores, a quarta onda da pandemia da Covid-19 vem sendo agravada em consequência dos movimentos turísticos e aglomerações das festividades juninas, sobretudo no Nordeste. Em um mês, a Bahia registrou alta de 1.746% na quantidade de casos da doença. Já a média de internações em leitos de UTI adulto mais que triplicou no mesmo período.

Passou-se de 1.411 novos casos e 16 óbitos pela doença na Semana Epidemiológica 22 (entre 29 de maio e 4 de junho) para 26.053 novos casos e 32 óbitos na SE 27 (3 a 9 de julho). Em Salvador, atingida também pela quarta onda da pandemia, os registros são: 537 novos casos e 7 óbitos na SE 22 que cresceram para 2.630 novos casos e 1 óbito na SE 27. A esses aumentos na frequência de novos casos corresponderam a elevação do número de internações hospitalares pela Covid-19 em leitos de enfermaria e UTI para adultos e crianças. Na Bahia, a média (7 dias) de pessoas internadas por Covid-19 em enfermaria aumentou de 11,6 na SE 22 para 93,9 na SE 27 e em leitos UTI-adulto aumentou de 29,6 para 104,9 no mesmo período. 

"Dados relacionados a internações e mortalidade pela doença, embora também tenham aumentado, felizmente não acompanham a mesma tendência acentuada de alta, em função da cobertura vacinal já alcançada. Entretanto, uma parcela significativa da população (especialmente crianças) ainda não completou o ciclo vacinal básico, e grande parte das pessoas não tem mantido atualizadas as doses de reforço (terceira ou quarta) – o que favorece a circulação do vírus, deixando de evitar hospitalizações e mortes", diz a nota.

O Comitê conclui que o recrudescimento da pandemia no Brasil e na Bahia requer ação rápida, ampla e intensiva para oferecer, promover e atrair a população para a vacinação completa contra a Covid-19. "Isso precisa ser feito imediatamente, para que possamos enfrentar a quarta onda desta pandemia com menor impacto possível sobre a mortalidade evitável e em hospitalizações pela doença", afirmam os pesquisadores, que ressaltam que hospitalizações no SUS utilizam recursos públicos, já reduzidos pelas restrições orçamentárias impostas sobre as funções da saúde, educação públicas e sobre os investimentos em ciência e tecnologia. 

Fonte: Metro 1

Foto: Divulgação / Metro 1